Câmara mirim encerra legislatura com aprovação de projetos

Primeira turma do programa reuniu-se pela última vez no plenário, teceu loas entre si e proclamou: “Valeu a pena”

PORTO BELO – O que é bom dura pouco. O velho clichê pode não se aplicar a tudo na vida, porém, no caso da primeira legislatura do programa Vereador e Vereadora Mirim da Câmara Municipal, vem bem a calhar. O projeto (“que começou com três folhas de papel”, lembrou o presidente da casa Altino Júnior, em uma preleção a seus “filhos”, como gosta de frisar), começou a ser executado no mês de maio, mas da primeira sessão ordinária até aqui foram pouco mais de três meses. Tempo suficiente para fazer novas amizades, é verdade; e também para conhecer um pouco mais da política. Entretanto, o sentimento é que o tempo voou.

Mesmo assim, o coordenador do programa Diogo Santos considerou o objetivo alcançado. “Eles entenderam a seriedade e a responsabilidade de ser um legislador, de ser uma autoridade do município”, avalia. O vereador também ficou satisfeito com a evolução demonstrada pelos onze “mirins”: “Fizeram a última sessão acontecer praticamente sozinhos”, exemplifica.

De fato, essa última sessão, realizada na tarde desta quarta-feira (11), apresentou um grupo de vereadores mirins mais à vontade no plenário. E ativo: os três projetos de lei que o grupo formulou, para incentivar a criação de grêmios estudantis, para instituir um prêmio de jovem esportista e para falar sobre prevenção ao uso de drogas nas escolas, foram aprovados – o último, após acalorado debate. De resto, os jovens aproveitaram seu tempo na tribuna para tecer loas aos companheiros, demonstrando que um forte vínculo de amizade se formou ali.

“A gente vai manter contato”, garante Luiz Fernando da Silva, a quem coube chefiar a mesa diretora dessa primeira legislatura mirim. Ele próprio um exemplo de amadurecimento ao longo do processo, o aluno do sétimo ano da Escola Básica Municipal Olinda Peixoto, da localidade do Jardim Dourado, bairro Perequê, deu o braço a torcer: “Pensava que a política era chata, mas vi que é bem empolgante”. Tanto que, no futuro, espera retornar ao plenário, na condição de vereador eleito em pleito de adulto.

Se o fizer, seguirá os passos de Diogo. Parlamentar jovem em 2007, disputou sua primeira eleição em 2012, aos 21 anos, ocasião em que obteve uma suplência. Em 2016, tornou-se um dos quadros mais novos do Legislativo municipal. Olhando para trás, Diogo não tem dúvidas em afirmar que a participação no projeto da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) que norteia os programas de câmaras mirins foi determinante na sua trajetória: “Sem dúvida!”, garante.

O vereador do MDB também fez questão de ressaltar o apoio das escolas e pais envolvidos: “Fomos muito acolhidos por eles”. Aliás, alguns parentes marcaram presença no último ato da primeira legislatura mirim. É o caso de Luis Oliveira, de 79 anos. Ele e Teresinha de Oliveira, 71, são avós da vereadora mirim Kamili Peixer. Residentes em Canguçu (RS), acompanhavam sua filha, Denise, mãe da menina. Agente funerário e membro de conselho municipal em sua cidade, seu Luis adorou a iniciativa: “Faz com que a cabecinha deles trabalhe e eu acho isso muito lindo”.

A neta também curtiu, podem apostar: “Quando perguntarem, com orgulho eu vou dizer que, sim, eu fui vereadora mirim de Porto Belo”.

ALCIDES MAFRA/ASSESSORIA CÂMARA PB